Cotidiano

Gualberto Gouvêia, Psicanalista

07 de Julho de 2017

O nível de corrupção no Brasil demonstra quão elástico é o superego de nossa classe política.

Por outro lado, constatar essa corrupção não nos leva a maiores manifestações de indignação além de um bater de panelas nas sacadas e vociferações nas redes sociais. Nesse sentido, o Real lacaniano surge como sobra de algo que não foi.

Um Brasil que ficou pelo caminho em sua construção como nação. O próprio “mercado”, fiador das “reformas” em curso, admite-se enojado com a República de Temer, mas tendente a tolerá-lo em nome de seu lucro incessante. Assim, o desencanto germina nas novas e velhas gerações. Um tédio ameaçador de que nada mais surpreenda nesse mundo e nos tornemos cada vez mais ensimesmados e contemplando o mundo de nossas janelas. Nesse mundo, o horizonte é a parede mais próxima.